O Vicio em Videogames Realmente Existe?

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A dúvida sobre a possibilidade de os videogames causarem vício existe praticamente desde o que esses jogos se popularizaram. Em todas essas décadas já se falou de tudo sobre o assunto…

Enquanto muitos apontavam a possibilidade de serem viciantes, outros ainda diziam que estimulavam a violência e outras afirmações do tipo. Mas o que a ciência tem a dizer?

Recentemente, um estudo feito por pesquisadores de uma universidade americana e publicado na revista Developmental Psychology buscou jogar alguma luz sobre uma dessas questões.

Este é um dos mais longos estudos feitos sobre o hábito de jogar videogame. Eles acompanharam 385 adolescentes que jogavam com frequência durante 6 anos. Assim, puderam observar sua transição para a idade adulta e como o jogo interferia em suas vidas.

Uma vez por ano, os voluntários precisavam responder a vários questionários, que foram reunidos ao final do estudo. O que será que foi descoberto?

Entendendo o vício em videogames

Antes de mais nada, é preciso entender o que seria o vício em videogames. Segundo esses pesquisadores, o que poderia caracterizá-lo é sua interferência negativa em outros aspectos da vida cotidiana. Os 3 principais pontos são:

  • Tempo de jogo excessivo;
  • Dificuldade em se desvencilhar do jogo, ou seja, conseguir parar de jogar;
  • Interrupção do funcionamento saudável do indivíduo em função dos videogames.

Os resultados mostraram que, a longo prazo, 90% dos participantes não poderiam ser considerados viciados. Suas atividades de jogo não eram prejudiciais à saúde ou levavam a hábitos que causavam danos individuais.

Por outro lado, em 10% dos casos os pesquisadores realmente encontraram características de um vício. Quando comparados ao grupo não viciado, esses jogadores tinham níveis mais altos de depressão, agressão, timidez, uso problemático de telefone celular e ansiedade na chegada da idade adulta.

Como no início da pesquisa esses níveis eram iguais em todos os participantes, os cientistas acreditam que os videogames podem ter desempenhado um papel fundamental nesses problemas.

Seu filho joga muito? Não se desespere ainda

Diante disso, imagino que muitos pais possam estar preocupados ao verem que seus filhos adolescentes passam muito tempo jogando. De fato, esse excesso até pode ser considerado um sinal, mas ele não é tudo.

Essa pesquisa é completa porque ela acompanhou os adolescentes até sua entrada na vida adulta. E na maioria dos casos, mesmo que houvesse esses sintomas iniciais, não houve vício a longo prazo.

Para você ter uma ideia, durante os 6 anos em que foram analisados, 72% dos adolescentes apresentavam algum sintoma baixo de vício. Mas o percentual foi decrescendo enquanto eles envelheciam.

18% tiveram acréscimo de sintomas, que se tornaram moderados ao longo do tempo. E ao final, sobraram somente os 10% com comportamento patológico.

Ou seja, se há um algum tipo de sintoma agora, isso não significa que irá se tornar um comportamento prejudicial com o tempo. Como vimos, só mesmo em uma minoria.

Alguns preditores de dependência

Os pesquisadores também perceberam que havia alguns preditores para o vício em videogames. São alguns sinais que, junto com os comportamentos mencionados acima, merecem um pouco mais de atenção.

Observou-se que jogadores do sexo masculino e que já tinham baixos níveis de comportamento pró-social eram os mais suscetíveis ao vício real. Os mais sociáveis e que tinham comportamentos voluntários de altruísmo, por outro lado, eram os menos prováveis de apresentarem o problema.

Então, é isso. O vício em videogames até existe, mas atinge uma minoria de pessoas. Nesses casos, como em qualquer outro vício, o hábito torna-se nocivo e atrapalha outras áreas da vida.

Quando isso ocorre, de fato é necessária a ajuda profissional para lidar com o problema. Então, aproveite seu jogo de forma saudável. Assim ele será apenas um bom passatempo que não oferece maiores riscos. Supersaúde!

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