Luzia Moré Borges escreve sobre proibição de time em campeonato

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A advogado e mãe, Luzia Moré Borges fez desabafo no Facebook sobre decisão judicial que proíbe a equipe de Osvaldo Cruz de participar do Campeonato Paulista Sub 11. Veja a o texto.

“Não tenho o perfil de usar redes sociais para expressar sentimentos, mas hoje penso que é uma situação incomum. E vou fazer isto via Facebook sim, porque entendo que pode ser o meio mais eficaz para demonstrar aos que terão acesso ao meu desabafo o quanto estou me sentindo desmotivada neste momento.

Hoje foi um dia cansativo. Não fisicamente, mas emocionalmente. E não foi porque um dos filhos ou entes próximos estão doentes ou passando por situações de privação, mas porque estou vendo o sonho daquele que tanto amo ser desmerecido.

Meu filho, de 11 anos, está inscrito junto à Federação Paulista de Futebol para disputar o Campeonato Paulista, pelo Osvaldo Cruz Futebol Clube. Houve preparo, expectativa, empenho físico, financeiro e principalmente emocional, dele e nosso, como pais.

Desde o dia 17 de maio, estamos tentando conseguir que as equipes do sub 11 e sub 13 tenham o direito de participar do campeonato. E não sendo obrigados a fazer isso porque temos problemas com o clube, pelo contrário, estamos tendo que lutar, junto com o Osvaldo Cruz Futebol Clube pelo DIREITO destas crianças disputarem o campeonato Paulista. Isto por conta da decisão proferida pela Justiça do Trabalho em uma Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público do Trabalho da 15ª Região, única e exclusivamente contra este clube.

Como advogada e mãe de atleta, tenho procurado auxiliar o clube e os demais pais nesta batalha. Já foram feitos recursos, mandando de segurança, pedidos de reconsideração, mas a Justiça insiste em negar nosso pedido. E o pior: na última decisão proferida, o magistrado citou o fato das famílias inscrevem seus filhos como atletas como um “projeto pessoal dos pais, parentes em responsáveis. Esses projetos pessoais dos PAIS deixam de ser “sonho de criança” e passa a ser o “PLANO A” dos pais e responsáveis, que deixam os estudos de seus filhos em “segundo plano” para que eles possam se dedicar ao futebol, em busca da tão sonhada independência financeira.” (Entre aspas por ser citação direta da sentença)

Ora, Sr. Juiz, onde está a tão falada JUSTIÇA pautada em critérios de equidade que tanto se prega nos bancos de faculdades? Onde está a violação do direito da criança em exercer uma atividade desportiva para qual tem talento e quer participar? Em que momento estamos fazendo nossos filhos de “PLANO A” para ganhos financeiros?

E continua, apontando: “Qual a probabilidade de uma criança se tornar jogador de futebol profissional? Em se tornando jogador profissional, qual a chance de alcançar a sonhada independência financeira? O futebol deve ser considerado projeto pessoal de crianças,
pais e parentes? O futebol deve ser encarado como “Plano A” na formação das crianças?”

Pasmem……
Sr magistrado, não, o futebol não é “PLANO A” e nenhum dos atletas está fora da escola. Muito pelo contrário, para que pudessem ser considerados aptos a inscrição, foram exigidos atestado de matrícula, condições físicas e mentais de aptidão para a prática desportiva! Nenhum atleta está sendo forçado a jogar ou treinar! Muito pelo contrário: o que está frustrando os é a sua decisão, que impede que eles pratiquem a atividade esportiva de nível estadual, com outras crianças de todo o Estado de São Paulo, dentro de regramentos pré-estabelecidos por uma Federação!

Hoje, estou desmotivada, perdemos uma batalha, mas não a guerra. Irei até às últimas possibilidades para tentar reverter tal decisão e realizar o sonho do MEU FILHO e não o meu, de disputar o Campeonato Paulista 2019!”

Luzia Moré Borges
Mãe e Advogada

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