Exposição à poluição na infância aumenta risco de declínio cognitivo na velhice

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A gente constrói a longevidade na infância, ou melhor, no útero. Esse é um mantra da coluna que só vem sendo ratificado pela ciência. Estudo da Universidade de Edimburgo, publicado no “Journal of Alzheimer’s Disease” no início do mês, mostra que uma exposição acentuada à poluição do ar no começo da vida está associada ao declínio das habilidades cognitivas após os 60 anos. Os pesquisadores avaliaram mais de 550 pessoas de aproximadamente 70 anos usando um teste que elas haviam realizado quando tinham 11. Os participantes repetiram o exercício aos 76 e 79 anos.

Um levantamento dos locais onde os indivíduos tinham morado foi utilizado para estimar o nível de contaminação a que haviam sido submetidos ao longo de suas existências, especialmente na infância. A equipe computou ainda fatores como condições socioeconômicas e estilo de vida – por exemplo, o vício de fumar. Segundo Tom Russ, diretor do centro de pesquisa sobre demência na universidade, a relação entre a exposição e o impacto negativo nas habilidades cognitivas na velhice foi perfeitamente detectável. Ele afirmou que foi a primeira vez que se conseguiu mostrar as consequências da poluição do ar no cérebro décadas mais tarde: “também podemos entender que este pode ser o primeiro passo para tentarmos reduzir o risco de demência nas próximas gerações”, complementou.

Para o estudo, foi usado um modelo estatístico chamado EMEP4UK, capaz de representar a composição atmosférica (e seus poluentes). Através dele, foi simulada a concentração de partículas suspensas no ar nos anos de 1935, 1950, 1970, 1980 e 1990. As informações foram comparadas com os dados disponíveis desde 2001, a fim de estimar o volume tóxico a que cada participante foi exposto. Os pesquisadores disseram que, até agora, não havia sido possível explorar essa relação de causa e efeito por causa da falta de dados antes de 1990, quando o monitoramento se tornou rotineiro.

Bem Estar/ Por Mariza Tavares
18:00:02

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