Após 100 anos, Itália abole censura no cinema

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O ministro da Cultura da Itália, Dario Franceschini, assinou nesta segunda-feira (5) um decreto que abole definitivamente a possibilidade de censura de obras cinematográficas no país, encerrando uma prática que durava havia mais de um século.

O decreto prevê a instituição de uma comissão para classificação etária de filmes no Ministério da Cultura, mas acaba com o mecanismo que permitia ao Estado cobrar alterações ou até mesmo proibir a exibição de obras no cinema.

“Abolida definitivamente a censura cinematográfica”, comentou o ministro Franceschini por meio de um comunicado. O caso de censura mais emblemático na Itália é o do filme “Último Tango em Paris”, controversa obra de Bernardo Bertolucci (1941-2018) lançada em 1972 e que foi banida entre 1976 e 1987.

O longa causou escândalo no mundo todo por causa da cena em que Marlon Brando (1924-2004) usa um pacote de manteiga para estuprar a personagem vivida por Maria Schneider (1952-2011), então com 19 anos. Em entrevista concedida em 2013, Bertolucci admitiu que o detalhe da manteiga havia sido combinado com Brando apenas na manhã do dia da gravação e que a atriz não sabia.

Entre 1944 e 2021, 34.433 filmes passaram pelo crivo das autoridades italianas, sendo que 725 foram vetados e 10.092, quase um terço do total, foram admitidos após modificações. No entanto, o caso mais recente de censura foi o de “Totò che visse due volte” (1998), de Ciprì e Maresco.

Ansa
16:10:02

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